O ataque de pânico é a crise em si, que consiste em uma
sensação de medo ou mal-estar intenso acompanhado de sintomas físicos e
cognitivos e que se iniciam de forma brusca, alcançando intensidade máxima em
até 10 minutos. Estes ataques acarretam preocupações persistentes ou
modificações importantes de comportamento em relação à possibilidade de
ocorrência de novos ataques de ansiedade.
O Transtorno de
Pânico caracteriza-se pela presença de ataques de pânico recorrentes e surgiu
como uma entidade diagnóstica há 9 anos com a publicação do Diagnostic and
Statistical Manual of Mental Disorders (DSM) III. Ele diferencia-se dos ataques
de Pânico pela presença da síndrome completa, ou seja, no Transtorno deve haver
a presença de ataques recorrentes e espontâneos, preocupação persistente com a
ideia de novos ataques e excesso de preocupação com as suas consequências (ex.
perder o controle, enlouquecer, morrer ou ter um ataque cardíaco).
A participação ativa e descritiva do paciente sobre as
seguintes referências colabora e auxilia o diagnóstico e tratamento:
- Anotar data, hora e duração do ataque;
- Em cada ataque sugerir uma escala de avaliação numérica
entre 0 a 10, na qual 0 é ausência de desconforto e 10 é o grau máximo de
desconforto experimentado;
- Relatar os sintomas (disparo do coração, falta de ar, formigamento,
suor nas mãos, palidez, tontura, dor torácica, calafrios ou ondas de calor,
náuseas, "sentir sem chão", pensamentos de morte);
- Denotar intercorrência de ansiedade antecipatória;
- Relatar se passou a evitar situações que consideram de
alto risco, como sair de casa sozinhos ou mesmo acompanhados. Se não conseguem
mais dirigir, entrar em shoppings ou supermercados, viajar ou trabalhar. Esse
medo é chamado agorafobia. Nem sempre esse tipo de fobia acompanha o transtorno
de pânico, mas essa é uma evolução bastante comum.
Lembre-se, a maioria dos casos de transtorno de pânico pode
ser tratada com sucesso. A interrupção da perpetuação de medo é a melhor alternativa
de tratamento e ela é atingida com o engajamento do paciente ao processo. O
tratamento breve com Terapia cognitiva-comportamental (geralmente ao redor de
12 sessões) está associado a altos índices (75%) de pacientes livres de pânico
(Rev. Bras. Psiquiatr. vol.30 suppl.2. São Paulo Oct. 2008). A eficácia
demonstrada nos estudos sugere que os resultados de TCC são melhores do que a
farmacologia de longo prazo: 87% dos pacientes permanecem sem ataques após um
ano e 75-81% dois anos após a finalização de TCC breve.
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